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Segundo a teoria do determinismo psíquico, é
"impossível elaborar um disparate, tanto intencional como
arbitrariamente." (S.Freud)
Tudo estaria "explicado", tanto os nossos erros
como os nossos sucessos. Porque, é verdade, que quando nos enganamos, o fazemos
segundo a nossa forma, e o mesmo se passa com tudo o que fazemos. Esta teoria
não deixa lugar ao acaso, como no
"melhor dos mundos possíveis".
O curioso é que ela se torna imediatamente verdadeira e
confirmada pelos factos logo que acreditemos nela.
Poder-se-á alegar que o contrário disso, ou seja, a fé na
nossa liberdade só escapa ao determinismo porque não sabemos "metade da missa".
Por isso a ideia de Deus corresponde à ideia confusa de que somos sempre
"sobredeterminados". Agir "sob a inspiração divina" é,
assim, o ponto de encontro entre a necessidade e a liberdade. Só como o Todo
podemos conceber esse momentlo.
Mas aquela síntese é perfeita. A razão humana é de tal
modo "necessária", é de tal modo conforme à lei da Natureza, que não
pode negar-se a si própria pelo disparate. Porque seria ainda em relação a ela,
que tomaríamos consciência do disparate. De resto, estamos sempre a cair fora
do racional, por causa do nosso corpo e dos desencontros do mundo.
E é nessa região, mais real do que o "real",
que acontecem o absurdo e os disparates.
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