Gary Hill (uclavisitingartists.blogspot.co) |
"A visão já não é mais a possibilidade de ver, mas a
impossibilidade de não ver."
(Gary Hill,
citação de Paul Virilio)
É dessa impossibilidade que a pintura nos quer libertar.
Todas as "distorções" se justificam porque estamos a experimentar
lentes novas (Proust). Essas lentes permitem-nos abandonar, por momentos, a
perspectiva, que, mais do que um conceito sobre a representação do espaço, é
uma forma inconsciente de pensar.
Dizia Pasolini que a verdadeira repressão não é impedir
de falar, mas obrigar a fazê-lo. Aqui também é evidente que essa obrigação como
que nos "esvazia", suprimindo as condições do pensamento.
Embora se possa considerar a impossibilidade de não ver
como uma limitação, esse nunca será um tema político, mesmo se parece haver
alguma analogia com a situação da Caverna, em Platão.
Poderia ser uma nova percepção reivindicada senão pelo
artista que explora os nossos limites?
Pelo contrário, em política, seria como propor que em vez
de mudarmos o mundo nos mudássemos a nós... Desde Marx, que isso não parece possível.
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