"O ensaio de Bodenhorn ("Free Banking as
Reform") enfatiza o facto da reforma poder ser o resultado do interesse
próprio de políticos concorrentes. Ele analisa um dos primeiros episódios da
reforma anti-corrupção na história dos EUA - a luta contra a corrupção na
autorização (chartering) dos bancos do Estado de Nova Iorque no final da década
de 1830. Boderhorn argumenta que a reforma emergiu do desejo dos conservadores
(Whigs) de privar os seus opositores - a regência democrática de Van Buren -
das rendas de patrocínio. A desregulação foi a arma preferida contra a
corrupção, visto que reduzindo os requisitos da autorização se limitava a
capacidade do governo de gerir o seu monopólio duma maneira corrupta."
"Corruption and Reform: Introduction" (Edward
L. Glaeser & Claudia Goldin)
A ideia da justiça é demasiado abstracta para inspirar
uma reforma que tem de mobilizar um grande grupo de pessoas. O despique entre os partidos políticos, pelo
contrário, pode ser apaixonante para o grande número. É assim que, no dizer de
Hegel, funciona a Ideia, através do que ele chama de "astúcia da
razão", que, na verdade, não é diferente da astúcia da Natureza, através
dos instintos, para perpetuar as espécies.
Tudo isto, porém, é demasiado decepcionante para os que
têm o ideal de mudar o mundo, visto que aparecem como títeres do
"destino", das forças, ou do que se quiser chamar. A História
inventada, com maiúscula, é apenas uma
outra mecânica que priva o homem da sua liberdade.
O conselho do Olimpo, que se vê a funcionar em Homero, é,
no fundo mais verdadeiro no retrato da nossa situação do que qualquer outra
teoria inventada até hoje. É que os
deuses, eles próprios, são sujeitos a paixões, pelo que não podem responder por
nada do que acontece aos homens. São tempestades em cima e em baixo.
Por isso é que o monoteísmo foi uma bela tentativa para
ordenar o caos.
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