quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O JÁ DO APOCALIPSE

"Fall of the Titans", Haarlem, 1588


"(...) a terrível genealogia titânica de Zeus ensinou que, em última análise, o mais alto princípio de ordem e harmonia não é sem afinidade com o caos e a violência primitiva de que nasceu e que conseguiu reprimir e dobrar."

(Jacques Taminiaux)


Um dos melhores  exemplos da terrível passagem da ordem ao caos, através duma continuidade que, a certa altura, perdeu a noção dos limites (da medida, tão cara à civilização grega), é-nos dado pela "loucura" de Kurtz, o coronel que encarna a verdadeira lógica da guerra, que o exército não pode compreender sem perder o moral e que, por isso, é o alvo da missão de Willard para o assassinar.

A "desmesura" da guerra está toda naquele advérbio, now (já). O Apocalipse é o contrário da utopia. Tal como esta, não pode ser antecipado. Uma ideia muito aproximada dos limites está representada num certo tempo que não se pode encurtar ou suprimir.

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