Santo Agostinho (354/430) |
“Onde
quer que o significado literal da Escritura colidisse com uma informação
científica de confiança, Agostinho insistia, o intérprete devia respeitar a
integridade da ciência, caso contrário, lançaria o descrédito sobre a
Escritura.”
“The case for God”
(Karen Armstrong)
Por aqui podemos ver
a enorme influência da filosofia grega, porque, então, a ciência não tinha
ainda verdadeiramente “descolado”.
Mas é, ao mesmo
tempo, o sinal, por parte do Doutor da Igreja, duma crença muito forte nos
limites da razão humana, mais de um milénio antes de Kant.
A atitude desses que
lutam pelo significado literal até ao absurdo ( um absurdo histórico,
naturalmente) parecem-se com aqueles avarentos multimilionários que não se
podem separar dos trocos.
O sentido de algumas
passagens bíblicas pode, assim, entrar em contradição com o resto do pensamento
do crente que faça parte do nosso mundo. Esse “enclave” deverá, por isso, ser
protegido como Freud diz que os traumas o são. E é mais uma causa de neurose.
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