terça-feira, 6 de setembro de 2011

O TEMPO QUE PASSA

"Starlight Over The Rhone" (Van Gogh)



"Os homens são novos de mais ou velhos
 de mais: ninguém consegue ser contemporâneo."

"Uma Viagem à Índia" (Gonçalo Tavares)




Já dizia Paulo de Tarso que o mundo que vemos está em vias de passar. Não poderíamos ter nenhum sentido de identidade se não inventássemos uma espécie de permanência, se não disséssemos, como o poeta, ao tempo que passa: suspende o teu voo!

Ser exacto quanto ao nosso próprio tempo, coincidirmos com ele, exigiria de nós tornarmo-nos exclusivamente reais, corpo e consciência em perfeita fusão, como no quietismo budista.

As nossas acções têm, por isso, sobre o mundo um desfasamento como o da luz das estrelas. O objecto já não está lá ou já não é o mesmo. E nós próprios passamos onde o mundo já passou.


0 comentários: