"Starlight Over The Rhone" (Van Gogh) |
"Os homens
são novos de mais ou velhos
de mais: ninguém consegue ser
contemporâneo."
"Uma
Viagem à Índia" (Gonçalo Tavares)
Já dizia Paulo de Tarso que o mundo
que vemos está em vias de passar. Não poderíamos ter nenhum sentido de
identidade se não inventássemos uma espécie de permanência, se não disséssemos,
como o poeta, ao tempo que passa: suspende
o teu voo!
Ser exacto quanto ao nosso próprio
tempo, coincidirmos com ele, exigiria de nós tornarmo-nos exclusivamente reais,
corpo e consciência em perfeita fusão, como no quietismo budista.
As nossas acções têm, por isso, sobre
o mundo um desfasamento como o da luz das estrelas. O objecto já não está lá ou
já não é o mesmo. E nós próprios passamos onde o mundo já passou.
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