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“Mas
neste século, na América talvez mais do que em qualquer outro lugar, as novas
ciências sociais reuniram estatísticas e interpretaram-nas em normas, modas,
medianas e médias. Vastas e novas acumulações de factos e de engenhosas
aplicações da matemática aos dados sociais trouxeram novos padrões de
generalização. Estes criaram uma desconfiança nos ideais, profunda e alicerçada
nos ‘factos’.”
“The Image” (Daniel Boorstin)
Poderemos ainda
acordar deste outro “sono dogmático”, em que nos encerraram as novas teias da
razão encadeada?
Passou o tempo em que
estávamos certos porque tínhamos sido criados à imagem de Deus. A resposta
estava no tempo anterior à Queda, quando éramos, naturalmente… o que éramos.
Mas a ciência deu-nos um solo mais firme, baseado no consenso e na eficácia.
Até ser destronada, quando deixar de ser validada pela aldeia dos
especialistas, em face duma teoria mais eficaz, é ela que divide os factos dos
não-factos e informa toda a nossa realidade.
Já não há visões do
mundo porque a nova dogmática só reconhece o mundo dos factos construídos. Os
ideais são argumentos a favor da liberdade de escolha, mais do que aspirações
essenciais. E facilmente são considerados irracionais ou fanáticos religiosos
os que pensam fora dos novos “padrões de generalização”.
Enfim, nada de novo
nesta história. Ninguém disse que a técnica não nos traria a sua Idade Média.
Uma Idade Média em que o imobilismo foi substituído pela velocidade.
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