"A justiça é um número elevado à segunda
potência."
( Os
Pitagóricos, segundo Simone Weil)
A ordem dos números e a sua harmonia
inspiram a primeira ideia de justiça que ainda não é a justiça. A igualdade que
concebemos, graças a esta aritmética, é grosseira e impraticável, apesar de
poder ser extremamente atractiva no meio da torrente política.
A passagem para um segundo grau exige
outra medida e que seja outro o espírito que mede. Deve-se falar aqui de
intuição e de uma harmonia secreta, como na música.
A ideia de Simone e, segundo ela, dos
Pitagóricos, é que nesta segunda potência, a justiça não perde em rigor, nem
deixa de ser "calculável",
embora esse cálculo não esteja ao alcance da razão.
Aquilo a que os Gregos chamavam Necessidade
(anankè), que não era o contrário da liberdade, dá-nos uma ideia dessa
"segunda" justiça.
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