Lord Acton (1834-1902) |
“Para
com as forças emergentes do dia, para a ideia que a poderia ter salvo, a ideia
dum governo unindo as melhores propriedades da monarquia às melhores
propriedades da república, ela não tinha simpatia nem compreensão. De qualquer
modo, não estava casada com as máximas que fizeram a grandeza da sua raça, e a
inimizade dos príncipes e dos emigrados salvou-a das paixões do velho regime.
Condé falou dela como uma democrata.”
“Lectures on the French Revolution” (Lord Acton)
O espectro das
opiniões políticas muda constantemente, mas é raro que as diferenças deixem de
ser mantidas. Condé, um homem da nata aristocrática, considera Maria Antonieta
uma inimiga política, uma democrata, nem mais nem menos.
O regime pode mudar
de mãos e até de cor, mas, sob outras designações, observamos a mesma
distância, como se as ideias fossem um simples pretexto para uma diferença mais
fundamental.
É tarefa do sociólogo
fazer a destrinça e mostrar como o sistema cria, até certo ponto, as posições “vazias”.
O historiador, esse, deve representar-nos o drama, por assim dizer, no primeiro
grau. É tão importante conhecer o enfatuamento romano dos jacobinos (a "enzima"
que, nada tendo de material, põe o processo em andamento, como diz Musil), como
as verdadeiras forças agindo por detrás das personagens “antigas”.
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