Vespasiano (9-79 d.C.) |
“A
ideia de que as obras públicas davam trabalho à plebe era familiar aos Antigos.”
“Le pain et le
cirque” (Paul Veyne)
Veyne, citando
Suetónio, diz que Vespasiano recusou utilizar máquinas para colocar as colunas
do Capitólio, porque queria que a ‘pobre gente’ pudesse ganhar a sua vida (plebiculam pascere).
Também, segundo Plutarco, os monumentos da Acrópole teriam sido mandados
construir por Péricles ‘para fazer
prosperar todo o tipo de indústrias.’”
O mesmo Estado que se
permitia abastecer de trigo a baixo preço ou gratuitamente a plebe da capital
(ou parte dela, a partir de Júlio César) adoptava uma política mais racional,
no conceito moderno, ao criar trabalho em vez de prestar assistência.
No caso de Péricles,
o Estado optou pelo embelezamento da cidade, cujos vestígios ainda hoje podemos
admirar, mas que, na altura, certamente, não era o investimento prioritário, do
ponto de vista “social” moderno.
O exemplo de
Vespasiano parece ainda mais anti-moderno, pois o imperador, não se podendo
guiar pela nossa ideia de progresso, não pensava cometer qualquer
irracionalidade económica, ao empregar mão-de-obra “desnecessariamente”. Mas é
verdade que certas ideologias do nosso tempo levam, muitas vezes, o Estado a
políticas vespasiânicas de “pleno emprego”.
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