“Todo
o restante sendo igual, de duas actividades que actualizam as nossas
capacidades, a mais difícil e a mais complicada é a que dá mais prazer.”
(John Rawls, “A theory of justice”, citado por Paul
Veyne)
“A
felicidade não é o preenchimento duma falha, o regresso ao equilíbrio, mas a
expansão das nossas faculdades e, neste sentido, o seu contrário é o tédio (ou
um dos estados que se confunde com o tédio.” (Paul
Veyne)
Não é pois provável
que o homem na velhice se possa considerar feliz. Minguam as suas faculdades e
até o desejo de as desenvolver. Mesmo os que se podem rever nos filhos e nos
filhos dos filhos encontram aí apenas uma compensação do seu próprio apagamento
(a menos que aceitemos que o amor possa crescer com o nosso definhamento).
Como excepção, só
vejo a criação artística que, mesmo na idade mais avançada, permite a alguns “persistir
no seu ser”, embora divididos entre um corpo que se arruína e o espírito que
voa.
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