quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

FELICIDADE



“Todo o restante sendo igual, de duas actividades que actualizam as nossas capacidades, a mais difícil e a mais complicada é a que dá mais prazer.”

(John Rawls, “A theory of justice”, citado por Paul Veyne)


“A felicidade não é o preenchimento duma falha, o regresso ao equilíbrio, mas a expansão das nossas faculdades e, neste sentido, o seu contrário é o tédio (ou um dos estados que se confunde com o tédio.” (Paul Veyne)


Não é pois provável que o homem na velhice se possa considerar feliz. Minguam as suas faculdades e até o desejo de as desenvolver. Mesmo os que se podem rever nos filhos e nos filhos dos filhos encontram aí apenas uma compensação do seu próprio apagamento (a menos que aceitemos que o amor possa crescer com o nosso definhamento).

Como excepção, só vejo a criação artística que, mesmo na idade mais avançada, permite a alguns “persistir no seu ser”, embora divididos entre um corpo que se arruína e o espírito que voa.

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