Desenvolvendo uma
ideia de Raymond Aron, Veyne diz que “ a
política não é uma troca, ainda que desigual, de quantidades homogéneas, ela é
uma acomodação a situações heterogéneas.”. Uma consequência disso é que não
é a justiça nem o interesse de classe que
têm a primeira palavra (já se sabia que não têm também a última).
A mudança
tecnológica, por exemplo, tem efeitos imprevisíveis em muitas situações. Pode
favorecer alguns interesses em prejuízo de outros e tornar mais ou menos equitativa
a situação das pessoas.
Esta ideia duma
necessidade objectiva criada pelos homens, independente da sua vontade, é, como
se compreende, muito diferente da célebre “correlação de forças”. De facto, não
se trata de levar a melhor, mas de adaptação. Duvido, porém, que a adaptação
seja a essência do político.
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