sábado, 18 de dezembro de 2010

A GALÁXIA SUSPENSA


A Via Láctea




“O texto é uma galáxia de significantes mais do que uma estrutura de significados.”

(Roland Barthes in “S/Z”)


As mesmas palavras dão lugar a várias interpretações, é sabido. Cada passagem do Talmud, por exemplo, admitia quarenta e nove graus de significado, como lembra Tolentino de Mendonça.

Poucos resistem ao prazer de jogar com as palavras. O trocadilho é popular entre nós e ninguém se priva dele, tanto ele se parece com o “espírito” (e há que distinguir).

Mas essa galáxia que ligação tem com a realidade?

Aqui andamos nós a tentar subtrair a essa “massa” suspensa os termos que formam toda a nossa ciência, como se houvesse dois mundos: o da linguagem e o da ciência.

O sentido das coisas é uma coisa muito complicada. É construído, localmente, com os “raios” dessa galáxia. Por isso não admira que uma história diga mais sobre nós do que um tratado.

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