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“Será
preciso lembrar que uma religião não existe em si, mas na alma dos seus fiéis,
que aquilo que existe nas almas é fatalmente individual e que a atitude de dois
indivíduos não é a mesma? Que, além disso, as religiosidades de rito são
religiosidades de festa, de alegria popular, e que não se deve olhá-las com
olhos puritanos?”
(Nilsson, “Geschichte der griechischen Religion”, citado por Paul Veyne)
Vem esta citação a
propósito de, na época helenística e romana, a religião ser “umas vezes o móbil principal, noutras o
pretexto” para as festas. E Veyne conclui que a “piedade consistirá, portanto, em passar um dia agradável em companhia
dos seus convidados”.
Não se trata aqui
duma religião de crença, como é o Cristianismo. No caso destes pagãos que só
comem carne nos dias em que se honra o seu deus, não é fácil destrinçar o
prazer da piedade.
Na nossa sociedade
secularizada, os feriados religiosos já não precisam de qualquer pretexto, pois
pertencem ao sistema dos “direitos adquiridos”, tal como, de resto, as
efemérides patrióticas ou as datas de celebração do regime. Porque também a
política pode ser uma religião de rito.
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