sábado, 4 de dezembro de 2010

OS INTRANSIGENTES

Jules Guesde (1845-1922)



“Nunca até agora a verdade se agarrou ao braço dum intransigente”

“Assim falou Zaratustra” (Friedrich Nietzsche)


Nem, aliás, ao braço dum conciliador ou dum possibilista.

Jules Guesde, por exemplo, chefe dos “Intransigentes” opunha-se a qualquer compromisso com o “capital”, como se isso fosse possível, a não ser reduzindo a vida social e económica à caricatura dum sistema. Mas estes homens, com blanquistas e possibilistas, estiveram na origem do partido socialista francês. Porque o erro, chamemos-lhe assim, faz parte do processo de adaptação da humanidade, tal como as “verduras” das mocidade.

Nem o grande Jaurès andava de braço dado com a verdade. Se não fosse o radicalismo de homens como Guesde, a tradição seria outra.

A verdade no sentido histórico é a verdade dos factos e não nos autoriza a fazer silogismos sobre o presente ou o  futuro. E o que é a verdade no debate entre o compromisso e a intransigência? Quando muito só a posteriori é que podemos sabê-lo. Porque às vezes o compromisso salva, outras, é o intransigente que vê a sua ideia triunfar.

0 comentários: