“Ninguém hoje pode acreditar que só a Grécia, Roma e os povos da Europa medieval e moderna tenham possuído uma reflexão filosófica.”
Paul Masson-Oursel (citado por Roger-Pol Droit, in “L’oubli de l’Inde”)
É claro que há uma diferença entre a filosofia e a ciência. O desenvolvimento desta não pode deixar o mundo como estava e nenhum eurocentrismo nos tornaria cegos a essa mudança, qualquer que fosse a cultura que a produzisse.
No caso da filosofia, somos decerto demasiado ignorantes da real complexidade do pensamento da índia, por exemplo, mas é de admitir que só a filosofia ocidental tenha tido uma história digna desse nome, mercê, sobretudo, da recíproca influência entre a ciência e a filosofia.
Não está em causa a possibilidade duma reflexão filosófica tradicional, na Índia, tão rica como a da Grécia ou de Roma, mas não parece que tenha sido estimulada pelo processo científico e isso, a par de uma cultura e de estruturas sociais propícias a um certo imobilismo (que as franjas mais ocidentalizadas da sociedade não afectam), talvez explique o “acabamento” da filosofia nesse país e o "vanguardismo", ainda hoje, de textos como os “Upanishad”.
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