Werner Heisenberg (1901/1976)
"O astronauta lançado no espaço extra-terrestre e prisioneiro duma cápsula repleta de instrumentos, onde cada encontro físico real com o ambiente significaria uma morte imediata, pode bem ser considerado como a simbólica incarnação do homem de Heisenberg – um homem para o qual será tanto menos possível encontrar alguma vez outra coisa que não ele próprio e as coisas feita pelo homem quanto com mais ardor se empenhou em eliminar todas as considerações antropocêntricas nos seus encontros com o mundo não humano que o rodeia."
"La crise de la culture" (Hannah Arendt)
Para Heisenberg, de acordo com o seu princípio de incerteza, "o homem perdeu a objectividade do mundo natural": "nós decidimos, pela nossa selecção o tipo de observação empregue, quais os aspectos da natureza a determinar e quais os aspectos que serão deixados na sombra".
Já soubemos tudo o que importava, mesmo se deixávamos a maior parte no segredo do "Pai celeste". Será que isso mudou e que aquilo que nunca viremos a saber alguma vez nos fará falta?
Se o conhecimento for uma resultante dos nossos problemas, e sendo eles cada vez mais complexos, mais planetários, quanto mais não seja porque crescemos em número, haverá todo um continente teórico, puramente especulativo, que funcionará como os mitos funcionaram para a ciência. Entre esses mitos, o mais persistente é o de que estamos a ir ao encontro do "desconhecido" (contra a ideia de Heisenberg).
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