Niels Bohr (1885/1962)
"O gráfico é capaz do contínuo de que a palavra é incapaz; ele tem sobre ela a vantagem da evidência e da precisão. É ela, sem dúvida, que lhe ordena de existir, que lhe dá um sentido, que o interpreta; mas já não é por ela que o acto de possessão mental é consumado."
"La méthode de Léonard de Vinci" (Paul Valéry)
Popper criticava a interpretação de Bohr da teoria quântica e a sua tese da complementaridade entre onda e partícula, porque, dizia, "Bohr, parecia, pensava a compreensão em termos de figuras e modelos – em termos de uma espécie de visualização"("Unended Quest"). E nós não temos de "ver" a microfísica para compreender uma regularidade estatística.
Mas há uma passagem crucial da "evidência" e "precisão" do gráfico para esta nova modalidade de compreensão. Para além de se perder a evidência, passamos a ler (ou a interpretar) o que sai de uma espécie de caixa fechada, a cujo interior não temos acesso.
Ora, isto aproxima muito esta física, com a qual temos uma relação cada vez mais distante e indirecta com… a alquimia. A diferença é que esta não teve nunca um sucesso objectivo (embora pudesse ter alimentado as esperanças de alguns homens de génio durante séculos).
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