sexta-feira, 30 de outubro de 2009

DECISÃO POLÍTICA



"A administração não é o governo. É o que se mostra nas nossas fábricas ou nas nossas casas de comércio; porque é uma grande verdade que um mau negócio pode ser muito bem administrado. Posso elogiar a ordem, o trabalho, a probidade; por esta clareza de tudo, posso ver muito bem que me arruíno e mesmo porquê; mas não espereis que este sábio administrador faça retirada, corte pontes, queime hangares. O administrador administra a doença, não a cura. É tarefa de Alexandre cortar a direito, ou então de César."

"Propos d'Économique" (Alain)


Muito bem. À administração não compete correr riscos, mas pode ser ela o maior dos riscos ao prolongar uma situação insustentável.

Curiosamente, o ideal de governo imaginado por Lenine, na esteira de Marx, é a perfeita administração das coisas. E a tradição americana desejaria que o governo federal governasse o menos possível.

Mas se o governo deve ser capaz de "cortar o nó górdio" ou de "atravessar o Rubicão", se necessário, ninguém o autoriza a correr riscos inúteis, porque as consequências caem sobretudo em cima dos governados. Como alguma imprevisibilidade é inerente ao risco, o melhor governo é aquele que tem sorte na sua decisão, suprindo a falta de coragem dos seus críticos.

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