"A maior ameaça ao progresso não é a ignorância, mas a ilusão do conhecimento."
"Cleopatra's nose" (Daniel Boorstin)
Somos tanto mais atreitos à ilusão do conhecimento quanto mais crentes nos tornámos no progresso. Sentimos que as coisas se movem cada vez mais rapidamente e gostaríamos de acreditar que esse é o movimento do progresso.
Mas fazem-nos falta as coordenadas essenciais para sabermos em que direcção vamos.
Será que, como nos diz Maggie Jackson, na nossa "ânsia duma conectividade virtual voraz, os outros se tornaram opcionais e a conversação uma arte perdida em vias de desaparecimento"? Como pergunta ainda a mesma autora, "pode uma sociedade sem foco profundo preservar o seu passado e aprender com ele?"
O alerta de Boorstin tem como axioma a bondade indiscutível do progresso, coisa que, por exemplo, Platão não admitia, e daí a utopia duma ordem imutável na sua perfeição. Mas hoje trata-se menos de uma assimptótica melhoria do que evitar o caos e a entropia duma sociedade cada vez mais complexa. E, se for assim, continuará esse nome a ser apropriado?
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