Aleksandr Sokurov
No final de "Confissão" (1998, Aleksandr Sokurov), o comandante decide não escrever nem mais uma linha no seu diário.
Percebia, finalmente, o que o ligava àqueles jovens exilados cuja vida se limitava a "tratar do corpo e da roupa" na sua prisão flutuante.
Eles, na força da idade, eram submissos ao que ele representava e demonstravam uma infinita paciência. Era isso que fortalecia nele o sentimento duma responsabilidade pessoal que o impedia de mudar de vida. E, tendo compreendido isso, não precisava mais de escrever.
O dia a dia e a rotina interminável tinham o carácter duma liturgia na paisagem nua que o esplendor da literatura russa iluminava.
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