quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

QUANDO ELA É MAIS PRECISA


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"Em parte nenhuma a liberdade é mais importante do que ali onde a nossa ignorância é maior - na fronteira do conhecimento, por outras palavras, onde ninguém pode prever o que se vai encontrar um passo mais à frente."

"The Constitution of Liberty" (Friedrich Hayek)


Porque não se vê imediatamente a relação entre a liberdade e a riqueza e o progresso social é que parece que ela aproveita mais aos que se sabem encaixar no poder, aos que beneficiam de um golpe de sorte ou de uma situação adquirida sem esforço. Em suma, a liberdade parece favorecer os fortes em detrimento dos fracos e dos que nada têm.

Se em cima disto, acreditarmos que são os sistemas, a economia ou a política que "determinam", no fim de contas, o papel de cada um, a liberdade ficaria reduzida a bem pouco, àqueles actos que, precisamente, não põem em causa o "status quo".

Contra esta análise simplista dos factos sociais, devíamos aprender com os paradoxos da ciência moderna e admitir que a verdade pode ser contra-intuitiva.

Mas é preciso reconhecer que o princípio de que a liberdade só começa com a Lei entra em contradição com o facto de que, na realidade, o sistema é que é a lei. A liberdade pode não ter condições de existência onde é mais celebrada como "ideologia".

Como diz Hayek, é quando não sabemos, que precisamos do concurso de todos e, sobretudo, dos mais capazes, que só se revelam se todos puderem desenvolver as suas potencialidades. Só assim poderemos escapar às consequências das decisões erradas, tanto mais catastróficas quanto mais forte e mais centralizado for o poder que toma tais decisões, poder que, como crítica, só conhece a consumação do desastre.

As ditaduras não podem tratar os seus casos Madoff que se confundem com elas, porque os ditadores se vão prender a eles mesmos.

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