segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O OGRE


http://www.emancipation.fr/emancipa


"(...) porque se nós sabemos qual o sistema de produção e de combate que aspiramos , com toda a nossa alma, a destruir, ignora-se qual o sistema aceitável que o poderia substituir.

(...) A sociedade assemelha-se a uma máquina imensa que engolisse sem parar os homens, e de que ninguém conheceria os comandos; e aqueles que se sacrificam pelo progresso social parecem gente que se agarrasse às engrenagens e às correias de transmissão para tentar parar a máquina, fazendo-se esmagar por sua vez."

"Réflexions sur la guerre" (Simone Weil)


A situação não melhorou desde que este texto foi escrito (1933) e agravou-se até, na medida em que a complexidade aumentou e os "comandos" estão menos ao alcance dos indivíduos, quer eles se apresentem organizados ou não.

A crise actual, se revela alguma coisa é que a construção da "máquina" não previu a existência de comandos, o que se compreende, uma vez que a construção não saiu da prancha de nenhum engenheiro, nem das teorias dos sociólogos.

Mas como os homens não podem viver sem esperança, nunca faltarão aqueles que se lançam nas mandíbulas mecânicas com cânticos revolucionários e amaldiçoando o ogre ou a abstracção que supostamente comandam a máquina.

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