"A ideia da 'mão invisível' é uma expressão usada uma só vez por Adam Smith, o filósofo celebrado como o pai da ciência económica, nas muitas páginas de 'A riqueza das nações'. No entanto, Smith começa o seu livro por sublinhar a importância crucial da organização e do conhecimento. Algo que os manuais modernos preferem ignorar."
(João Ferreira do Amaral, Manuel Branco, Sandro Mendonça, Carlos Pimenta e José Reis no artigo "A ciência económica vai nua?" de "O Público" de ontem)
Para além da justiça que se faz a Adam Smith que, além do que se diz, não pode ser culpado por não ter previsto a economia das nações duzentos anos depois, o artigo chama a atenção para este facto em que se tem pensado tão pouco: que as ideias sobre o sistema económico ensinadas nas universidades ocidentais têm tudo a ver com esta crise global.
As abstracções que estão por detrás da chamada engenharia financeira e da concepção do sistema auto-regulável tomaram o lugar da ciência económica na cabeça dos "operacionais do mercado" responsáveis, em primeiro lugar, pela situação.
Podemos, agora, permitir-nos esperar o advento duma teoria menos ideológica ou são os tempos de molde a que surjam outros Lyssenkos da economia que nos desenharão o modelo matemático de mais desaforo e de mais ruína?
0 comentários:
Enviar um comentário