terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A FORÇA E A FRAQUEZA


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"(...) na humanidade a regra - que comporta excepções naturalmente - é que os duros são fracos com quem ninguém quis nada, e que os fortes, preocupando-se pouco com os que queiram ou não alguma coisa com eles, têm essa doçura que o comum toma por fraqueza."

"Sodome et Gomorrhe" (Marcel Proust)


Aproximando esta regra do pensamento socrático de que ninguém é mau voluntariamente e que a desgraça de um feitio ou de uma deformação física é coisa que ninguém quis e que não se confunde com o espírito que a sabe julgar, vemos como a natureza, tal como uma montanha, obriga os homens a fazer desvios, a contornar dificuldades que só parecem absurdas ou oriundas da má vontade a quem não tem em conta esses "acidentes do terreno". E percebemos também como essa "orografia" pode determinar que a acção dos homens seja, a maior parte das vezes, melhor definida como paixão, como algo que sofrem e transmitem aos outros mecanicamente, em vez de algo que neles tenha verdadeiramente o seu princípio.

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