The Blessing of Christ by Fernando Gallego
"A coisa decisiva no nosso sistema não é que o nascimento de Cristo apareça agora como o ponto de charneira da história do mundo (…), mas antes que agora, pela primeira vez, a história da humanidade se estende (para trás) até um passado infinito que podemos recuar à vontade levando a pesquisa mais longe, como se estende para a frente até um futuro infinito. Esta dupla infinidade do passado e do futuro elimina todas as noções de começo e de fim, e estabelece a humanidade numa imortalidade terrestre potencial."
"La crise de la culture" (Hannah Arendt)
A história como processo no tempo foi levada às últimas consequências por Hegel, rompendo com toda a tradição metafísica que, desde Platão, "tinha procurado a verdade e a revelação do Ser eterno em todo o lado, menos no domínio dos assuntos humanos.", mas o nosso sistema de datação foi introduzido, no fim do século XVIII, como diz Arendt, "como um simples melhoramento técnico".
Por um lado, só esta concepção da história era compatível com a moderna cosmogonia ( a teoria do Big Bang é o exemplo dum começo, ainda que provisório). Por outro, se tudo é considerado como processo, tanto na natureza quanto na história, isso quer dizer que os factos e os acontecimentos perdem importância em relação às leis do processo e à sua natureza, coisa que vai contra o moderno método científico (de sujeitar a teoria ao teste da experiência).
Os novos rumos da ciência teórica apontam, porém, para uma nova metafísica.
0 comentários:
Enviar um comentário