quinta-feira, 24 de julho de 2008

CADA VEZ MAIS ALÉM


cena do Livro de Job


"A investigação histórica é uma das razões por que uma teoria tem de ser complexa, e a estética da teoria sofre se for mergulhada no banho dos factos históricos. Mas se uma teoria for suficientemente complexa, pode também reconhecer por si quais das suas assunções tem que mudar ou diferenciar para ser capaz de reformular esses factos na sua própria linguagem teórica."

"Love as Passion" (Niklas Luhmann)


Haverá um limite para o desenvolvimento da complexidade teórica?

O "non procedes amplius" do Livro de Job, que fixava um ponto para além do qual o próprio mar não avançaria, pertence a um mundo harmonioso e concebido por um espírito, mesmo se arquitecto supremo.

Claro que continuamos a viver num mundo relativamente previsível, com as suas leis "naturais", de causas e efeitos, o mundo da "distância média"(Musil).

Mas cada vez mais emigramos para dimensões em que isso é só uma aparência.

A minha ideia é de que se pode conceber uma teoria de complexidade "paralela" à da realidade, sem que, evidentemente, a sua coerência e adaptabilidade (segundo a lei da evolução) possam constituir uma qualquer prova de "verdade".

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