James Gasndolfini como Tony Soprano
A cereja no bolo da série "Os Sopranos" são as sessões de psicanálise dum brutamontes sensível.
É verdade que este mafioso não é feito duma só peça, nem o seus actos se explicam unicamente pelo gosto da violência ou pelo mau feitio.
Quase nos sentimos tentados a dizer que o desafio dos produtores foi o de banalizar a personagem ao ponto de podermos reconhecer que, na situação dada e sendo as leis do meio o que são, não actuaríamos de modo muito diferente.
A encenação dos problemas de consciência de Tony Soprano e a truculenta relação com a sua "head-shrinker" resumem bem o que está aqui em causa. Uma humanização do gangster que nos revela os novos mecanismos de justificação moral.
E ao monólogo religioso com que se consola e perdoa a si mesmo o old timer, sucede uma espécie de catarse verbal, sem outro apoio transcendental para além do Prozac.
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