sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

HAVERÁ UMA PRÓTESE DA RAZÃO?


Blackboard by Albert Einstein


"Experiência de Einstein-Podolsky-Rosen (EPR): uma experiência concebida para invalidar a teoria quântica, mas que, na realidade, mostrou que o universo não é local. Se uma explosão envia dois fotões coerentes em direcções opostas, e se o spin é conservado, então o spin de um fotão é oposto ao spin do outro fotão. Assim, medindo um spin, conhecemos automaticamente o outro, embora a outra partícula possa estar no outro lado do universo. A informação propagou-se mais depressa do que a luz. (No entanto, nenhuma informação útil, por exemplo uma mensagem, pode ser enviada desta maneira.)

"Mundos Paralelos" (Michio Kaku)


Não se propagou. Porque se não diríamos também que o pensamento se propaga e ultrapassa a velocidade da luz. O que temos é uma informação a priori, deduzida de uma lei, válida enquanto não for refutada.

Einstein morreu inconciliado com a teoria quântica que considerava apenas uma aproximação satisfatória.

Mas, em face de algumas consequência teóricas dessa teoria, como a dos Mundos Paralelos que, apesar de desafiar a racionalidade, obteve uma razoável aceitação por parte da comunidade científica, pelo menos durante um tempo, é de perguntar se se deve falar em aproximação, no sentido em que se encontra no caminho certo, ou se se trata de uma "muleta" que nos ajuda a caminhar, mas na direcção errada.

E há ainda outra perspectiva. O mundo subatómico, que se rege pela mecânica quântica, tanto quanto sabemos, é contrário ao senso comum, mas pode também não ser conciliável com a razão natural. Daí os seus paradoxos.

Não seria o fim da investigação, nem do progresso da ciência reconhecer isso. Pois, tal como os instrumentos que prolongam os nossos sentidos e nos permitem "observar" o mundo subatómico e intervir nalguns dos seus processos e o universo para lá do que os nossos olhos alcançam, também a razão que, segundo a teoria da selecção natural estará adaptada à macroscópica do planeta e à sua geometria, precisará de criar os seus próprios instrumentos ( e o que são os computadores?).

Portanto, pode dar-se que realmente não consigamos compreender o universo, em todas as suas dimensões, sem, no momento em que o pensarmos nos tornarmos outros e como que apêndices da inteligência artificial.

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