Gabriel-François Doyen
Allégorie funéraire à Loustalot
"O redactor (de "Les Révolutions de Paris") não assinava. Quem assinava era o tipógrafo: Prud'homme. Este nome tornou-se um dos mais conhecidos do mundo.
(...) Loustalot, morto aos vinte e nove anos em 1790, era um rapaz sério, honesto e trabalhador. Medíocre escritor, mas grave, duma gravidade apaixonada, a sua originalidade real consistia em contrastar com a leviandade dos jornalistas do tempo. Sente-se na sua própria violência um esforço para ser justo. E o povo preferiu-o."
"História da Revolução Francesa" (Jules Michelet)
Aqui, a palavra grave revela o anacronismo. Vem da "gravitas" romana, povo que serviu de modelo aos revolucionários, como se sabe.
Loustalot era o bom senso possível, a coisa pior distribuída nos tumultos.
Michelet fala em moderação corajosa, com toda a propriedade, se nos lembrarmos que o bom senso e a moderação custaram, tantas vezes, a cabeça dos seus proponentes.
Mas quem se lembra de Loustalot? Do fanático e vicioso Marat, sim, de Robespierre ou de Mirabeau.
Os verdadeiros heróis estão condenados ao anonimato por não se distinguirem da massa dum povo.
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