quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

METAFÍSICA



"Pois é esta, na verdade, a principal fonte da nossa ignorância: o facto de que o nosso conhecimento só pode ser finito, ao passo que a nossa ignorância tem, necessariamente, de ser infinita."

"Conjecturas e Refutações" (Karl Popper)


Para Popper, a demarcação entre ciência e metafísica é a possibilidade, ou não, de se testar ou refutar uma teoria.

E a diferença entre uma teoria sobre a origem do universo e o historicismo é que a primeira pode apoiar-se num modelo matemático, ao contrário da investigação histórica.

Mas a que espécie de teste se pode sujeitar uma teoria como a dos Mundos Paralelos? Só o da coerência interna do sistema, quando se introduz um facto novo, não pertinente.

O tempo de validade de qualquer teoria depende do progresso do conhecimento.

Contudo, sobre o problema da origem, as teorias estão condenadas a suceder-se ad infinitum, porque é sobre a essa questão que, necessariamente, temos de ser mais ignorantes, não tendo qualquer proporção aquilo que sabemos com o que nos falta saber.

E, no limite, podíamos imaginar uma teoria que nunca fosse posta em causa pelo progresso científico (que a matemática nunca pudesse invalidar), sem que isso mudasse alguma coisa quanto à prova da sua realidade e ao nosso grau de incerteza.

Mas tem ainda sentido, nesta situação, em falar em Física?

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