"Million dollar baby" (2004-Clint Eastwood)
Em "Million dollar baby", o velho guarda do ginásio (Morgan Freeman), depois do desaparecimento de Dunn (Clint Eastwood), a seguir ao seu acto de misericórdia no hospital, escreve à filha do amigo, para lhe falar do pai que ela persistia em não querer conhecer, devolvendo-lhe todas as cartas.
Em Maggie, a pugilista oriunda do bairro das roulotes e duma família que vivia da assistência social, Dunn encontrou mais do que uma criatura sua, com quem conheceu uma espécie de glória. Ao assistir o suicídio desse ser inviável, foi como se assumisse uma nova paternidade que para sempre os ligasse num mundo mais real do que o real.
Não sabemos se a filha de Dunn o procurou depois. Mas eu creio que o narrador se enganava, julgando o seu amigo à beira do desespero. Ele tinha descoberto o sentido daquelas palavras em gaélico no roupão que deu a Maggie: minha querida, meu sangue (Mo chúisle).
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