terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

O SUJEITO DA HISTÓRIA


http://www.michelquereuil.fr/comedie.html


"Talvez se se tivessem entendido e unido, houvessem detido por algum tempo a Revolução. Esta encontrou-os dispersos, isolados, fracos com o seu isolamento. Uma outra causa da sua fraqueza, muito honrosa para eles, é que muitos eram sinceramente contra si mesmos, contra a velha tirania feudal, eram ao mesmo tempo os herdeiros da filosofia do tempo, aplaudiam esta maravilhosa ressurreição do género humano, faziam votos por ela, ainda que isso lhes custasse a ruína."

"História da Revolução Francesa" (Jules Michelet)


Até ao Termidor, em 1793, a Revolução durou uns escassos quatro anos. Nenhuma clique teve tempo de se apoderar do Estado e de trair os ideais em nome do realismo político.

Como no teatro, a tragédia precipitou-se no final dos seus vários actos. A palavra teve uma eficácia nunca vista. Como se a política deixasse de ter um discurso próprio e fosse ela a realidade mesma.

A morte do rei é a conclusão de um silogismo assassino. Mas o Terror escapa ao controle dos seus instigadores. O instinto de sobrevivência rebela-se contra a lógica, e a morte dos lógicos, na guilhotina, faz cair o pano.

Michelet é o evangelista dessa Revolução inaugural que inspirou todas as que se seguiram.

Pela primeira vez na História, os actores julgaram terem eles próprios escrito a peça, mesmo os nobres que fizeram hara-kiri na Assembleia Nacional.

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