segunda-feira, 30 de abril de 2012

OCEANO

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"Quando olhamos para o universo e identificamos os múltiplos acidentes da física e da astronomia que trabalharam em nosso proveito, tudo parece ter-se passado como se o universo devesse, de alguma maneira, saber que havíamos de aparecer."

(Freeman Dyson, citado por Hervé Barreau)




Quando opomos a esta "intuição" a teoria do acaso e da interacção, segundo leis hipotéticas, das forças da natureza, não estamos a ser menos "antropocêntricos", mas, sem dúvida, afastamos, em primeiro lugar,  a explicação pela ideia de Deus.

Ao fazê-lo, tornamo-nos até mais centrados na ideia do homem, numa certa ideia do homem que é a premissa dum mundo sem transcendência, de acordo com uma visão optimista e (sabemos hoje) ingénua da ciência.

A ilusão retrospectiva que influencia aquela intuição é a do comum fatalismo. O mundo parece ter-se desenvolvido segundo uma finalidade que é a da única parte interessada.

O universo é como um vasto oceano em que aprendemos a manobrar o leme. Mas nunca nos bastaram os instrumentos. Na sua própria concepção, os instrumentos remetem-nos para a esfera dos fins.

O que fazer, pois, com o pensamento?

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