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"Quando olhamos para o universo e identificamos os
múltiplos acidentes da física e da astronomia que trabalharam em nosso
proveito, tudo parece ter-se passado como se o universo devesse, de alguma
maneira, saber que havíamos de aparecer."
(Freeman Dyson, citado por Hervé Barreau)
Quando opomos a esta "intuição" a teoria do
acaso e da interacção, segundo leis hipotéticas, das forças da natureza,
não estamos a ser menos "antropocêntricos", mas, sem dúvida,
afastamos, em primeiro lugar, a explicação pela ideia
de Deus.
Ao fazê-lo, tornamo-nos até mais centrados na ideia do
homem, numa certa ideia do homem que é a premissa dum mundo sem transcendência,
de acordo com uma visão optimista e (sabemos hoje) ingénua da ciência.
A ilusão retrospectiva que influencia aquela intuição é a
do comum fatalismo. O mundo parece ter-se desenvolvido segundo uma finalidade
que é a da única parte interessada.
O universo é como um vasto oceano em que aprendemos a
manobrar o leme. Mas nunca nos bastaram os instrumentos. Na sua própria
concepção, os instrumentos remetem-nos para a esfera dos fins.
O que fazer, pois, com o pensamento?
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