sábado, 14 de abril de 2012

O TÚMULO DE LENINE




" O Presidente Boris Yeltsin, com o apoio da Igreja Ortodoxa Russa, tencionava fechar o túmulo e enterrar Lenine junto de sua mãe, Maria Alexandrovna Ulyanova, no cemitério Volkov, em São Petersburg; contudo, o seu sucessor, Vladimir Putin, opôs-se a isso, fazendo notar que um novo enterro de Lenine implicaria que gerações de cidadãos tinham observado falsos valores durante os 70 anos do poder soviético."


(Wikipedia)



O argumento de Putin é parecido com o do jornalista que no filme de Ford se decidiu pela publicação da lenda, contra os factos. Mas é também, apesar de vindo dum ex-KGB (mas não se viu nestes casos que os 'convertidos' tendem a ser mais 'papistas do que o papa'?), um inconfundível sinal de inteligência política, num homem com as ambições de Putin.

Por um lado, reconhece-se no culto a Lenine mais do que a homenagem ao político (é verdade, porém, que isso valeria igualmente para Djugashvili, num tempo chamado "o pai dos povos") e uma espécie de "sacralização" popular numa situação em que fechada a porta à religião, ela entra pela janela.

Por outro lado, se esse culto "absolve" a política, tal significaria o fim desta. Putin mantém-se o fiel da balança entre o presente e o passado, os factos e a lenda.

Dado o que conhecemos do homem, percebemos que o que lhe falta em sentimentos democráticos sobra em populismo. Poder-se-ia, no entanto, gerir o pós-implosão conforme as regras?

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