"
O Presidente Boris Yeltsin, com o apoio da Igreja Ortodoxa Russa, tencionava
fechar o túmulo e enterrar Lenine junto de sua mãe, Maria Alexandrovna
Ulyanova, no cemitério Volkov, em São Petersburg; contudo, o seu sucessor,
Vladimir Putin, opôs-se a isso, fazendo notar que um novo enterro de Lenine
implicaria que gerações de cidadãos tinham observado falsos valores durante os
70 anos do poder soviético."
(Wikipedia)
O argumento de Putin
é parecido com o do jornalista que no filme de Ford se decidiu pela publicação
da lenda, contra os factos. Mas é também, apesar de vindo dum ex-KGB (mas não
se viu nestes casos que os 'convertidos' tendem a ser mais 'papistas do que o
papa'?), um inconfundível sinal de inteligência política, num homem com as
ambições de Putin.
Por um lado,
reconhece-se no culto a Lenine mais do que a homenagem ao político (é verdade,
porém, que isso valeria igualmente para Djugashvili, num tempo chamado "o
pai dos povos") e uma espécie de "sacralização" popular numa
situação em que fechada a porta à religião, ela entra pela janela.
Por outro lado, se
esse culto "absolve" a política, tal significaria o fim desta. Putin
mantém-se o fiel da balança entre o presente e o passado, os factos e a lenda.
Dado o que conhecemos do
homem, percebemos que o que lhe falta em sentimentos democráticos sobra em
populismo. Poder-se-ia, no entanto, gerir o pós-implosão conforme as regras?
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