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"Quem quer que não tivesse visto nisso um gracejo,
ter-se-ia assustado por ver desaparecer desse rosto sério um elemento indispensável
à expressão de um rosto são, normal."
"O Homem Sem Qualidades" (Robert Musil)
No homem primitivo, "tudo é rosto". Nesse
sentido, a tatuagem foi uma invenção para desviar a atenção do rosto, como se
fosse primeiro obrigatório ler outro tipo de mensagem, porque o olhar exprime
de mais. Assim, o corpo tatuado faz parte dum protocolo de convivialidade que
as tribos modernas alucinaram.
O que pode surpreender na frase sobre Clarisse é a
palavra susto. Mas, no fundo, a incoerência da expressão facial é apenas uma
incivilidade. Nesses casos, gostaríamos de dispor de mais "aspas"
(porque somos capazes, por exemplo, de "mostrar a língua ao canto da
boca", o que assinala uma brincadeira), para não surpreender.
É que a mais normal das conversas é regulada, sem darmos
por isso, como uma coreografia.
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