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"'Não tem sentido aplicar os modelos de energética ao
estudo dos fenómenos sociais e psicológicos' (Bateson): por outras palavras, aplicar os modelos das
ciências de análise ao estudo de fenómenos que percebemos que são irredutivelmente complexos."
("Sobre a inteligência da complexidade" Jen-Louis Le Moigne)
A questão é que faz sentido. Faz sentido como em todos os
casos, em que a nova ciência conserva a forma da ciência que a precedeu, pelo
menos por um tempo, segundo a lei enunciada por Comte. Foi assim que a biologia
durante muito tempo "falou" como a química, e a sociologia como a
biologia.
Muito provavelmente, é a necessidade de conservar o
próprio sentido que obriga a essa "passagem do testemunho" entre o
novo e o velho.
O conceito de complexidade prevê, por exemplo, os efeitos
de sistema sobre as partes dum todo (que passam a ser entidades diferentes em
consequência desse fenómeno).
Como diz Edgar Morin, "Os reducionistas são
incapazes de conceber a realidade do espírito e querem explicar-nos tudo a
partir dos neurónios. Os espiritualistas incapazes de conceber a emergência do
espírito a partir da relação cérebro-cultura, fazem do cérebro, no máximo, uma
espécie de retransmissor de televisão." ("Complexidade restrita, Complexidade geral" )
Não se pode dizer que a "auto-referência" seja
um pensamento. Mas todo o conjunto que pode ser reconhecido como tal pelos
elementos que o constituem pede uma abordagem em termos de complexidade.
Parece que estamos aqui diante dum "mero"
conceito. Mas a verdade é que, aplicado às ciências sociais, imporia um mínimo
de pudor a todos os que fazem previsões em economia, por exemplo.
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