O Antigo Testamento ama os pastores; o Novo, pelo contrário, prefere os pescadores. Jacob, Moisés, David, conduziram rebanhos; os apóstolos de Jesus lançam redes.”
“Caroço de azeitona” (Erri De Luca)
Uns conservam os seus tesouros na terra como se durassem tanto como os do céu. Toda a sua sabedoria está na simplicidade das formas que não se prestam a qualquer distância do espírito. Os intérpretes e os comentadores floresceram depois, quando se descobriu que o espírito podia ser diferente não mudando a letra. Nada a ver com uma casta sacerdotal como a dos Egípcios que, de facto, não interpretavam. Eram tradutores do sagrado em língua de gente. Os intercessores, necessários como a geometria das pirâmides.
Mas os pescadores de peixe que acompanharam o Nazareno tornaram-se pescadores de homens, e isto é muito actual. Qualquer associação que viva dos seus próprios recursos tem que lançar, regularmente, uma campanha de sócios. O melhor é a pesca à linha, pela palavra de pessoa a pessoa. A pesca de arrasto produz, em pouco tempo, a espécie dos vira-casaca que servem, aliás, para destacar a firmeza dos que não mudam.
A Igreja Católica, hoje, parece ter voltado a ser uma igreja de pastores, e os pescadores tornaram-se sectários, sem desdenharem, no entanto, a tecnologia e as técnicas do marketing.
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