(Alain à l’Ecole normale supérieure)
"Percepcionar não é ser modificado desta ou daquela maneira, é conhecer um objecto como fonte única de sensações múltiplas; é conhecer qualquer coisa que o tocar, o olhar e qualquer outro dos nossos sentidos não podem sentir: a lei que une o que experimenta um dos nossos sentidos ao que outro experimenta ou experimentará. Não há para nós outro objecto a não ser essa lei. Aquilo a que chamamos coisa é realmente a representação de uma relação entre as nossas sensações e os nossos movimentos: conhecer um objecto é conhecer uma lei."
"L'idée de l'object" (Alain)
Quando acordo, espero encontrar-me no meu mundo, que é uma ordem das coisas. Um candeeiro que não estivesse preso a uma teia de objectos num espaço comum seria uma coisa muito estranha.
Às vezes, ao acordar, as sensações separadas, as cores ainda sem relação umas com as outras, dão-me a ideia do caos. Preciso de me situar no espaço, mas também no tempo. Se não souber dar conta do que fiz antes de me deitar ainda não é o mundo. Contudo, essa situação é vivida por muitos de nós, muitas vezes, quer na véspera tenhamos prestado a Baco a nossa homenagem, quer não.
Num mundo a que falta o tempo nem sequer as sensações são nossas e encalha o próprio "GPS" da razão.
Se pensarmos um pouco na complexidade da "navegação" no mundo dos objectos, parece-nos que as outras funções da razão são um miraculoso "supérfluo".
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