segunda-feira, 6 de setembro de 2010

FELICIDADE ESTÁTICA


DrMegaVolt


Não há liberdade que se poupe como os víveres. A falta de uso enferruja-a como à faca e à espada. Não é quando não nos sentimos coagidos que somos livres. No sono, abandonamo-nos.

Diz Levinas que a liberdade consiste em saber que a liberdade está em perigo.

Mas que vela é essa que uma brisa apaga?

O egoísmo, o ateísmo dependem intimamente daquilo de que se separam. A distância é um caminho iluminado em que a solidão aparece e desaparece.

Estas palmeiras de plástico, o enxame que tomou conta da marginal e que se acotovela numa felicidade estática (como há uma electricidade estática), deixando o mar, porque o céu está coberto, como um palco às escuras, lembram-me que ainda hoje não tinha sentido o gosto da liberdade.

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