Funerary stele for two young children and their pedagogue
"Ao que se diz, os dirigentes dirigem porque são duma clarividência superior à média. Há, como esse, mitos à espera de urgente revisão."
(Frédéric Lordon in "Le Monde Diplomatique", 10/2/2010)
Infelizmente, não podemos viver sem os mitos e não se destrói um mito quando se quer.
Apesar do descalabro, das provas de imprevidência e da demasiado humana cupidez, ainda são muitos os que pensam que aqueles que alcançaram os lugares de direcção algum mérito devem ter e que, de qualquer modo, ao ocuparem a cadeira do poder foram ungidos pelo espírito de direcção, espírito que não desce sobre o comum dos mortais.
No outro dia, tive acesso ao vídeo sobre um debate do "Plano Inclinado", com Guilherme Valente, Nuno Crato e Medina Carreira. Não acompanho a visão do primeiro do maquiavelismo triunfante do chamado "eduquês". Acredito mais numa invasão silenciosa dos bárbaros da nova (mas realmente velha) pedagogia que pode prescindir dum Átila a comandá-los e que defenda por eles as suas teses abstrusas. Assim, burocraticamente, tentaculando pelos ministérios e as direcções-gerais, atingem melhor os seus fins (bem intencionados, admito). São uma horda pacífica e engravatada com pressa de enterrar toda a herança do passado em nome dum futuro radioso da tecnocracia e do politicamente correcto. Mas este é um mito que não conseguiram inculcar porque esta escola não funciona.
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