MacArthur e Hirohito
"Para além disso, o inimigo possui agora uma nova e horrível arma com o poder de destruir muitas vidas inocentes e causar incalculáveis danos. Se continuássemos a combater, não só daí resultaria o colapso final e a obliteração da nação japonesa, mas levaria também à total extinção da civilização humana.
Sendo este o caso, como deveremos Nós salvar os milhões dos Nossos súbditos, ou fazer-Nos perdoar diante dos sagrados espíritos dos Nossos Imperiais Antepassados? Foi por esta razão que Nós ordenámos a aceitação das provisões da Declaração Conjunta das Potências."
(Declaração do Imperador Hirohito, proclamada em 15/8/1945)
Os dois argumentos para a rendição de Hirohito, que uns dias antes ainda se mantinha inabalável na decisão de continuar a guerra, foram, em primeiro lugar as bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki e o poder de destruição do inimigo que ele, compreensivelmente, exagerou até o escatológico e, depois, a religião dos antepassados.
Hirohito, por muito divinizado que fosse e se sentisse não tinha todo o poder. Ele era obrigado a responder perante um tribunal superior a qualquer tribunal terreno, superior à sua própria consciência, o da tradição espiritual da sua nação.
Se ele arrastasse os seus súbditos para um holocausto, jamais seria perdoado, não pelo povo dos seus súbditos que, segundo a sua previsão, seria "obliterado", mas por algo que se pode dizer que não existe, que nem sequer é actual ( os mortos ).
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