"Moon" (2009-Duncan Jones)
Pensamos logo no filme de Kubrick e naquela relação desconfiada entre David e Hal, o computador. Aqui, a aparente lealdade de Gerty (a voz é de Kevin Spacey) é a melhor maneira de salvar a missão.
Sam Bell está a duas semanas de regressar à Terra, depois de três anos de serviço na estação lunar, mas ele ainda não sabe que é um clone do original Sam Bell que já regressou há mais de uma dezena de anos. Não sabe também que a mulher com quem contacta em diferido já morreu e que o bebé que vê no monitor já é uma adolescente. É preciso que um "acidente" o dê como morto e que o novo clone, que já foi "acordado" e a quem foi feito o "download" do cérebro de Bell, decida averiguar o que se passou com o veículo sinistrado, recuperando o outro clone ainda com vida. Ora, não era suposto que os duplicados se encontrassem.
É curioso como a clonagem e o sistema de bloqueio das comunicações directas com a Terra (necessário para manter a ficção da actualidade) se revelam indícios de um sistema capitalista sempre igual a si mesmo. O recurso aos clones significa uma grande economia para a Lunar, a empresa que tem o monopólio da extracção do hélio 3 capaz de satisfazer 70% das necessidades energéticas da terra, evitando o transporte de astronautas.
O último clone de Bell acaba por "regressar", não se sabe a que casa, pois há um outro homem que ocupa já o seu lugar, e denuncia o embuste da empresa com a clonagem. Como é natural, as acções da Lunar caem a pique. Afinal, o segredo do outro lado da Lua é a eterna ganância.
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