A filha do comandante do forte (Joanne Dru) pôs uma fita amarela, mas não se sabe por qual dos pretendentes se vai decidir. Há pelo caminho muitos amuos e equívocos. O velho capitão (John Wayne) conta os dias para a reforma, mas ninguém acredita que lhe agrade a sua nova vida na Califórnia. No último dia de serviço, conduz a sua patrulha numa manobra nocturna que deixa sem cavalos os jovens guerreiros das tribos aliadas desde o desastre de Custer. Ele sabe que esses homens se sentiriam humilhados por combaterem a pé. Poupam-se os mortos de um lado e do outro e a paz ganha mais um dia, talvez decisivo. É a sabedoria da experiência. No dia seguinte ruma para o Oeste. É interceptado pelo sargento Tyree (Ben Johnson) ao pôr-do-sol, com uma mensagem das chefias militares a nomeá-lo batedor com o posto de tenente-coronel. Era o melhor happy-end que se podia imaginar. Mas nenhum casamento pode prometer a felicidade, nem nenhuma promoção, na idade do capitão Brittles, pode prometer uma longa vida.
As catedrais do Monument Valley estão sempre presentes, por muitos quilómetros que faça a cavalaria. Eterno anfiteatro da tragédia, elas perfilam-se nos momentos de perigo, quando as caravanas são perseguidas pelos índios, ou nas cenas de religioso recolhimento junto à campa da desaparecida. A emoção está constantemente à flor da pele, sem nunca ser piegas, como quando Brittles saca timidamente dos óculos ou dá uma palmadinha de conforto quase imperceptível. De resto, é uma sensibilidade temperada pela truculência duma personagem como a representada pelo inenarrável Victor McLaglen.
A paisagem é poesia pura. Como a via láctea levantada do chão pelos cavalos, a silhueta das tendas, a coreografia dos homens e dos animais no deserto.
Chega-se ao fim com o sentimento de que a utopia afinal existe… nos filmes de Ford.
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