quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A LIBERDADE


Charles-Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689/1755)


"(…) ele (Montesquieu) distinguiu expressamente entre a liberdade filosófica e a liberdade política, e a diferença consistia em que a filosofia não exige mais liberdade do que o exercício da vontade, independentemente das circunstâncias e da realização dos fins que a vontade colocou. A liberdade política pelo contrário consiste em ser capaz de fazer o que se deve querer ('la liberté ne peut consister qu'à pouvoir faire ce que l'on doit vouloir' – a tónica é sobre o poder.)"

"La crise de la culture" (Hannah Arendt)


A liberdade de um estóico como Epicteto é compatível com a escravidão ou com a clausura. Trata-se de um poder sobre ele próprio, o seu corpo, as suas paixões, os seus pensamentos (mas aqui a coisa fia mais fino, porque o pensamento sempre se divide, é "pluripartidário").

De certa maneira, continuamos a pensar assim quando reconhecemos, por exemplo, que a polícia política não conseguiu "vergar" o revolucionário ou o dissidente. Mas é óbvio que não podemos transpor esse conceito para a política.

É por isso que o homem com mais poder é geralmente o menos livre. O oposicionista que aceita um cargo oficial, com a vontade de mudar as coisas, rapidamente dá aos outros a ideia de que foi ele quem mudou.

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