quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CIÊNCIA E MÍSTICA



"O reconhecimento central da teoria da relatividade é o de que a geometria… é uma criação do intelecto. Só quando esta descoberta for aceite, pode a mente sentir-se livre para lidar com as noções, consagradas pelo tempo, de espaço e de tempo, para pesquisar o espectro de possibilidades disponíveis para as definir, e seleccionar a formulação que esteja de acordo com a observação."

P.A.Schilpp, "Albert Einstein;Philosopher-Scientist" (citado por Fritjof Capra)


"Foi ensinado pelo Buda, ó Monges, que… o passado, o futuro, o espaço físico … e os indivíduos não são mais do que nomes, formas de pensamento, palavras de uso comum, realidades meramente superficiais." (Madhyamika Karika Vrtti)


A aproximação entre as tendências da Física moderna e a mística oriental que é o objecto do livro de Capra "The Tao of Physics" é, de facto, impressionante. Mas há uma diferença fundamental que é a que existe entre a ideia da acção e de aprender com a experiência e a aceitação passiva do mundo.

Se os paralelos existem, é preciso não esquecer que a ciência chegou ao seu actual estado de perplexidade através de uma problemática de interacção com o mundo e a mística propõe-nos, desde há milénios, a mesma resposta a todos os problemas: a de que eles são apenas uma aparência.

De modo que o conhecimento da ciência se baseia numa sucessão de erros superados, que é o que convém à infirmidade da nossa condição, enquanto que a verdade da mística é igual para todos os tempos e lugares e, por isso, parece mais divina do que humana.

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