Disse Valéry que "a poesia é uma hesitação prolongada entre o som e o sentido" (citado por Giorgio Agamben).
Que imagem tão feliz da união do corpo e do espírito!
A prosa, evidentemente, nunca é só sentido, como qualquer estilo forte o demonstra. Mas é preciso que a nossa atenção seja mobilizada pelo ouvido, esse órgão religioso e nocturno que une, em vez de separar, como a visão, para todo o nosso corpo disputar à inteligência o absoluto.
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