sábado, 3 de janeiro de 2009

A UTOPIA DA TABULA RASA



"O segundo ponto é que o progresso da ciência, embora sendo revolucionário e não meramente cumulativo, é, em certo sentido, sempre conservador: uma teoria nova, por muito revolucionária que seja, deve ser capaz de explicar na íntegra o êxito da teoria que a antecedeu."

"A racionalidade das revoluções científicas" (Karl Popper)


O emprego político do conceito de conservação impede, muitas vezes, que se compreenda quanto a ideia da revolução pode fazer sentido, não contra ele, mas desenvolvendo-o.

O acumular das explicações é interrompido por um novo paradigma que inicia uma outra acumulação sobre novas bases, mas que incluem os paradigmas ultrapassados. Conserva-se, mas sob um outro olhar. É assim também que "crescemos". Não há revoluções de "tabula rasa". E as que não compreendem o seu próprio passado estão condenadas ao fracasso e levam a que a velha "acumulação" seja reatada, com prejuízo, depois do "sobressalto".

Mas "deveríamos preocupar-nos, sempre que não existam alternativas - sempre que uma teoria dominante se tornar demasiado exclusiva. O perigo para o progresso na ciência aumenta muito se a teoria em questão obtiver algo de parecido a um monopólio." (ibidem)

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