"A linguagem da pintura não é 'investida do estatuto de natureza': tem de ser feita e refeita. A perspectiva da Renascença não é um 'artifício' infalível: não passa de um caso particular, uma data, um momento de uma informação poética do mundo que continua depois dela."
"O Olho e o Espírito" (Merleau-Ponty)
"Algo no espaço escapa às nossas tentativas de sobrevoo." (ibidem)
O mundo não pode ser projectado em nenhum plano, é sempre o nosso ponto de vista. Daí que a pintura tenha de explorar um novo realismo sempre que a técnica se aproxima da visão.
Mas quando a fotografia, por exemplo, se torna numa cópia da visão, o real é tudo o que desfaz o ponto de vista.
Já não interessa pintar o que se vê, mas ver o que se pinta, o artifício necessário que é a nossa resposta à fuga do mundo.
0 comentários:
Enviar um comentário