(René Girard)
"Para Girard (René Girard), a violência que ameaça verdadeiramente uma sociedade de ruína tem a ver não com as diferenças que a atravessam – as quais, tanto quanto estruturam o pensamento, limitam o mecanismo mimético –, mas, pelo contrário, com a indiferenciação, quando já nada põe um freio às identificações. O mesmo é dizer que as sociedades actuais estão ameaçadas."
"Le symptôme identitaire" (Olivier Rey)
Mas se a personalidade parece ser, na nossa civilização, o totem do indivíduo, como diz Lévi-Strauss, como é que funciona o mimetismo gerador de violência?
Não parece antes que o individualismo (chamemos-lhe assim) é o melhor antídoto contra as "agregações perigosas"?
O problema é que a solidão do indivíduo não é real, nem racional (não encontra o universal pelos seus próprios meios). Podíamos falar num governo através das imagens e do pensamento não assumido, que equivale, de facto, a uma indiferenciação.
Os totens individuais não contam grande coisa no novo Olimpo a que preside nenhum Zeus. Se a indiferenciação existe e o mimetismo (competitivo) é sob a forma de um mecanismo indispensável ao "sistema".
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